A revista Grilo foi publicada entre 1971 e 1973, com 48 números (do # 1 ao # 27, pela Arte & Comunicação, e do # 28 em diante, pela Espaço-Tempo Veículos de Comunicação Ltda. – confira todas as capas clicando aqui), além de cinco edições especiais, e foi proibida pela censura, que lhe negou registro para circulação. A alegação foi de que o título atentava contra a moral e os bons costumes. Mas Gonçalo mostra que havia principalmente implicações políticas contra seus editores, os mesmos que publicaram o hoje mítico jornal O Bondinho, porta-voz da contracultura em São Paulo na década de 1970. O jornalista revela que o livro nasceu de uma reportagem que fez para o caderno Leitura de fim de semana, da Gazeta Mercantil, publicada no dia 6 de março de 1998, por ocasião dos 25 anos do fim da Grilo. Todos os editores e pessoas ligadas diretamente à publicação foram ouvidos – alguns dos quais viriam a falecer pouco tempo depois, como Roberto Freire e Sérgio de Souza. Nos anos seguintes, já com a ideia de redigir um texto mais completo, Gonçalo conversou com outras pessoas, igualmente relevantes, e passou a escrever e a reescrever essa história por muito tempo, até colocar o ponto final no texto no Natal de 2008. O resultado, segundo o editor Toninho Mendes, é uma viagem reveladora a um período ainda obscuro da vida cultural brasileira, a década de 1970, durante os anos mais violentos da ditadura militar, com ênfase no movimento da contracultura, que o Brasil importou dos Estados Unidos e da Europa. Numa época em que os hippies, em todo o País, desafiavam a polícia com suas cabeleiras malcuidadas, roupas coloridas e um baseado entre os dedos, a mais brilhante geração de jornalistas de São Paulo deixava a redação da revista Realidade e do Jornal da Tarde para fundar O Bondinho. Mas seus editores pagaram um preço alto. Grilo teve seus responsáveis e colaboradores vigiados ostensivamente. A própria revista foi fichada pelos órgãos de repressão e, por fim, proibida de circular pela censura em outubro de 1973. O livro de Gonçalo conta a história da publicação e dessa turma movida e motivada pelo idealismo de derrubar uma ditadura e pela amizade que os uniria por toda a vida. Em A morte do Grilo, o foco é a imprensa alternativa de São Paulo. Enquanto para muitos pesquisadores e historiadores esse tipo de resistência se deu basicamente no Rio de Janeiro, pela importância que ganhou o semanário O Pasquim, a relevância do papel desse tipo de jornalismo na capital paulista está finalmente reconhecida neste livro.
A Morte do Grillo
R$30,00
A História da Editora A&C e do Gibi Proibido Pela Ditadura Militar
Em estoque
Peso | 0,55 kg |
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Dimensões | 23 × 16 × 1 cm |
Ano | 2012 |
Exemplar | Novo |
Idioma | Português |
Páginas | 248 |

Gonçalo Jr.
Gonçalo Junior é jornalista, escritor e pesquisador nas áreas de cinema, imprensa, música e histórias em quadrinhos. É autor de 25 livros. Nasceu em Guanambi (BA) e se mudou com a família ainda menino para Salvador (BA), onde estudou Jornalismo (Universidade Federal da Bahia, 1993) e Direito (Universidade Católica do Salvador, 1997).
Iniciou a carreira de jornalista na década de 1980 como cartunista e roteirista de histórias em quadrinhos, além de produzir fanzines sobre o tema[1]. Dentre eles, A Folha dos Quadrinhos (1983), Quadrinhos Magazine (1984), Livre Cativeiro (1989) e Balloon (1991).
Trabalhou nos jornais Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia, Bahia Hoje, Gazeta Mercantil e Diário de S. Paulo. Em outubro de 1997, mudou-se para São Paulo, onde reside até hoje. Colaborou em importantes publicações como Playboy, Folha de S. Paulo, Bravo!, Entrelivros, Almanaque Abril, Trip, Revista Voe Gol, Mais!, MAG, Dufry, RG, Lola, Imprensa, A Tarde, Revista Izzo, Private Brokers, Revista Shopping Cidade Jardim, Jornal da Associação Brasileira de Imprensa, etc. Entre 2007 e 2010, editou desde o primeiro número a revista de cultura trimestral Personnalité, para clientes do Banco Itaú - foi o responsável pelos 13 primeiros números. Trabalhou como coordenador de imprensa no Memorial da América Latina entre 2012 e 2013, onde criou o guia de programação mensal e a TV Memorial, além de organizar uma série de eventos e exposições. Atualmente, é editor da revista Brasileiros - trabalha desde abril de 2013.
Como escritor, ganhou quatro vezes o Troféu HQ Mix. O primeiro, de 1997, com a pesquisa A incrível guerra dos gibis, que serviu de base para o livro A Guerra dos Gibis - a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964 (editora Companhia das Letras), que foi escolhido o melhor livro teórico sobre quadrinhos no Troféu HQ Mix de 2005. No ano seguinte, recebeu mais uma vez a premiação, dessa vez na categoria Grande contribuição, pelos livros e pesquisas na área de quadrinhos.Em 2013, levou o prêmio como melhor livro teórico do ano, com E Benício criou a mulher.
Em 2011, seu livro Alceu Penna e As Garotas do Brasil: Moda e Imprensa - 1933 a 1975 foi escolhido como a melhor biografia no Prêmio Jabuti de Literatura, mas foi desclassificado após o anúncio do prêmio porque foi considerado não inédito: em 2004 o autor havia lançado de forma independente uma tiragem de 300 exemplares de uma outra versão da biografia de Alceu Penna. A de 2004 tinha 138 páginas, sendo que a de 2011, cuja tiragem foi de 5.000 exemplares, possui 352 páginas. Além disso, o volume de informações é cerca de 2,5 vezes maior e 90% das imagens são novas. Ainda assim, os organizadores da Jabuti consideraram que houve infração do regulamento, que exige ineditismo nas obras premiadas. Tanto o autor quanto a editora questionaram e não acataram a decisão, por considerá-la injusta.
Bibliografia
- País da TV, Conrad Editora, 2001.
- 50 anos de Tex no Brasil, Opera Graphica, 2003.
- Tatuagem de Cadeia, Editora Escala 2003.
- Medicina para leigos, Editora Garçoni, 2004. (Não comercializado)
- Alceu Penna e as Garotas do Brasil, CLUQ, 2004.
- Claustrofobia, ilustrado por Júlio Shimamoto, Devir, 2004.
- A Guerra dos Gibis - a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964, Editora Companhia das Letras, 2004.
- Tentação à Italiana, Opera Graphica Editora, 2005.
- O Homem-Abril, Opera Graphica, 2005.
- Benício, CLUQ, 2006.
- O Messias (ficção/graphic novel, com Flávio Luiz), Opera Graphica, 2006.
- A Biblioteca dos Quadrinhos, Opera Graphica, 2006.
- O Incrível Homem que Encolheu (infantil), Manole, 2008.
- Enciclopédia dos Monstros, Ediouro, 2008.
- Vida Traçada, um perfil de Flavio Colin, Marca de Fantasia, 2009.
- O Mocinho do Brasil, Laços Editora, 2009.
- O Beijo nos Quadrinhos, Centopéia, 2010.
- Maria Erótica e O Clamor do sexo, Peixe Grande, 2010.
- Alceu Penna, Manole, 2010.
- Ora, Bolas, Alameda, 2011.
- A Morte do Grilo, Peixe Grande, 2012.
- E Benício criou a mulher, Opera Graphica, 2012.
- Natureza Humana (com Nestablo Ramos), HQM, 2012.
- Quem Samba Tem Alegria, Civilização Brasileira, 2014.
- Versão Brasileira: Herbert Richers, Criativo Editora, 2014.
- A Noiva Zumbi, Opera Graphica, 2014.
- É Uma Pena não Viver, Editora Planeta, 2015.
- Belmonte, Publifolha, 2015.
- O inventor do fanzine: um perfil de Edson Rontani, Marca de Fantasia, 2015.
- Milo Manara – Subversão pelo prazer, Editora Noir, 2017.
- Eu Não Sou Lixo - A trágica trajetória do cantor Evaldo Braga, Editora Noir, 2017.
- Pra que Mentir? - Vadico, Noel Rosa e Samba, Editora Noir, 2017.
- José Luis Salinas - Visionário dos Quadrinhos, Editora Noir, 2017.
- Até Que a Morte Nos Separe, ilustrado por Júlio Shimamoto, Editora Noir, 2017.
Livros Organizados:
- Dom Quixote – Gustave Doré/Miguel de Cervantes, Opera Graphica, 2005;
- Quadrinhos Sujos 1 – 4 volumes – Vários autores, Opera Graphica, 2005.
- Quadrinhos Sujos 2 – 4 volumes – Vários autores, Peixe Grande, 2010.
Livros coletivos:
- Glória in (TV) Excelsior, organizado por Álvaro de Moya, Imprensa Oficial, 2004.
- Menino de Engenho, 40 anos Depois, organizado por Lúcio Villar e Antônio Vicente Filho, Editora UFPB, 2004.
- Um Mundo de Impressões: 60 Anos da Editora Globo, co-escrito com Thiago Blumenthal, Editora Globo, 2012 (não comercializado, brinde da editora).
Fonte: Wikipedia.